domingo, 28 de fevereiro de 2010

Hoje


foto da net
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Hoje deitei-me ao lado da minha solidão.
O seu corpo perfeito, linha a linha,
derramava-se no meu, e eu sentia
nele o pulsar do próprio coração.

Moreno, era a forma das pedras e das luas.
Dentro de mim alguma coisa ardia:
a brancura das palavras maduras
ou o medo de perder quem me perdia.

Hoje deitei-me ao lado da minha solidão
e longamente bebi os horizontes.
E longamente fiquei até sentir
o meu sangue jorrar nas próprias fontes.
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3 comentários:

  1. Perfeito, muito bonito!
    beijo, excelente semana

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  2. Só um poeta da casta de Eugénio de Andrade consegue transformar a solidão em algo tão sublime e belo. Amo esse poeta! Belíssima escolha!

    Beijos encantados!
    Inês

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